
Quando comecei a lecionar sobre empreendedorismo, confesso: eu achava que bastava falar sobre gestão, estratégias de marketing e controle financeiro.
Mas não demorou muito para perceber que, antes de qualquer técnica, existe algo mais profundo moldando os resultados: a mentalidade.
E quando o assunto é empreendedorismo feminino, esse ponto se torna ainda mais crucial.
Hoje quero conversar diretamente com você, que talvez esteja iniciando um negócio — ou até mesmo já empreende, mas sente que está sempre lutando o dobro para conquistar metade.
O que eu quero compartilhar aqui não vem de teoria.
Vem da experiência — minha e de dezenas de mulheres que acompanhei ao longo dos anos.
Prepare-se.
Esse não é um texto comum.
É um convite para enxergar a si mesma com mais clareza, coragem e estratégia.
O peso invisível que ainda precisamos nomear
Toda vez que uma mulher me procura dizendo que não se sente “pronta” para empreender, eu costumo devolver com uma pergunta:
“E quem disse que alguém nasce pronta?”
Mas a verdade é que essa insegurança não aparece à toa.
Ela vem de décadas — séculos, na verdade — em que o papel feminino foi moldado para servir, silenciar e cuidar dos outros antes de si mesma.
Por isso, quando uma mulher decide empreender, ela não está apenas abrindo um negócio.
Ela está, muitas vezes, rompendo com uma narrativa social inteira.
E isso cansa.
Isso pesa.
Isso exige uma força emocional que poucas pessoas de fora conseguem compreender.
Onde mora a força da mentalidade empreendedora feminina?
Em minhas aulas, eu costumo dizer que empreender é um exercício de identidade.
Mais do que vender, você precisa se permitir existir.
Se posicionar.
Acreditar na sua ideia, mesmo quando ninguém mais entende.
E é aqui que a mentalidade empreendedora feminina se mostra poderosa.
Porque apesar de tantos obstáculos, é comum ver mulheres que:
- Usam a escassez como criatividade
- Transformam rejeição em aprendizado
- Criam redes de apoio mesmo onde não havia ninguém
Elas aprendem rápido.
Observam com atenção.
E muitas vezes, fazem com menos o que muita gente não consegue com tudo.
Mas não se engane: essa força não surge do nada.
Ela é construída.
É cultivada todos os dias entre dúvidas, boletos, reuniões, filhos, e noites mal dormidas.
Os principais desafios (que ninguém fala com sinceridade)
Se você está lendo isso, talvez vá se identificar com alguns (ou todos) os pontos abaixo.
São desafios reais, que escuto quase toda semana de mulheres empreendedoras:
1. Falta de apoio familiar
Muitas vezes, o próprio companheiro ou familiares não enxergam o negócio como algo “sério”.
Frases como “isso é só um hobby” ou “quando vai voltar pro mercado de verdade?” ferem mais do que parecem.
2. Sobrecarregamento emocional e físico
Empreender, cuidar da casa, dos filhos, das contas, da imagem profissional…
É comum se sentir exausta, culpada e com a sensação de que está “falhando” em todas as áreas.
3. Medo de errar ou não ser suficiente
Por trás da insegurança está o medo de ser julgada.
De ser rejeitada.
De não atender às expectativas — suas ou dos outros.
4. Falta de referências femininas
Ainda é difícil encontrar mulheres bem-sucedidas que falem abertamente sobre os bastidores, as dores e os tropeços da jornada.
O que transforma esse cenário?
Agora vem a parte mais importante desta conversa.
Porque apesar de todos esses desafios, eu continuo me emocionando ao ver o que acontece quando uma mulher decide assumir o próprio valor.
Quando ela entende que:
- A comparação com os outros só enfraquece a própria voz
- A vulnerabilidade é parte da força, não um sinal de fraqueza
- O erro é o caminho mais direto para o aprendizado
Empreender não exige perfeição.
Exige presença.
Autenticidade.
E uma dose diária de coragem para continuar mesmo quando tudo parece instável.
A mentalidade empreendedora feminina não é sobre ser inabalável.
É sobre saber cair e levantar.
E, acima de tudo, continuar sendo você — com todos os seus limites e todas as suas potências.
Conquistas que precisam ser celebradas
Antes de terminar, quero propor algo:
Olhe para tudo o que você já superou até aqui.
Talvez você já tenha:
- Criado seu primeiro produto do zero
- Feito uma venda que parecia impossível
- Recebido um elogio de uma cliente emocionada
- Aprendido a mexer em ferramentas que pareciam um bicho de sete cabeças
Essas são vitórias reais.
E precisam ser reconhecidas.
Porque uma das maiores armadilhas da jornada empreendedora é achar que só vale a pena quando tiver “chegado lá”.
Mas, na verdade, é o caminho que molda a empreendedora que você está se tornando.
Um convite sincero (e necessário)
Se você leu até aqui, saiba: eu não estou aqui para vender ilusões.
Empreender dá trabalho.
Dói.
E muitas vezes, dá vontade de desistir.
Mas também transforma.
Liberta.
Ensina.
E cria impacto — em você, na sua família e em quem você alcança com o que oferece.
A mentalidade empreendedora feminina é uma força que, quando bem alimentada, move montanhas.
E o mundo precisa cada vez mais dessas montanhas sendo movidas por mãos femininas.
Se eu puder te deixar com uma mensagem, é esta:
Você não precisa estar pronta.
Você só precisa começar com o que tem.
E continuar, dia após dia.
Com estratégia, sim.
Mas também com verdade.
Com gentileza com você mesma.
E com coragem de ocupar o espaço que é seu — por direito, por mérito e por escolha.
E para as marcas que estão lendo isso…
Se você quer se conectar com um público forte, autêntico, engajado e com um poder real de decisão e influência, olhe para elas.
As mulheres empreendedoras não só movimentam a economia — elas reinventam a forma de fazer negócios.
Elas precisam de apoio.
E sabem reconhecer quem caminha ao lado.
Investir nesse espaço é mais do que estratégia.
É uma escolha inteligente, humana e alinhada com o futuro.
Se esse texto tocou você de alguma forma, compartilhe com outra mulher empreendedora que merece ouvir isso hoje.
E se quiser continuar essa conversa, estarei aqui.
Porque ninguém empreende sozinha.
E você não precisa.

