
Quando Pensei em Largar Tudo
Sabe aquele momento em que você sente que está carregando o mundo nas costas? Pois é. Eu já estive exatamente aí.
Naquela época, meu negócio estava começando a desandar, as contas não fechavam, e eu já não sabia mais se o problema era o mercado ou… eu mesmo.
O pior de tudo?
Eu não me sentia à vontade para desabafar com ninguém. Afinal, quando você é empreendedor, parece que precisa estar bem o tempo todo. Mostrar fraqueza Nem pensar.
Mas foi nesse caos que aprendi a lição mais importante da minha vida profissional: a verdadeira força do empreendedor não está no plano de negócios, mas na sua capacidade de manter a cabeça no lugar mesmo quando tudo parece desmoronar.
E é sobre isso que quero conversar com você hoje.
Vamos falar de gestão emocional para empreendedores — não com frases prontas de livros de autoajuda, mas com histórias reais, desafios, dores e, claro, aprendizados que podem te ajudar a se manter firme nos piores dias.
O que é Gestão Emocional e por que ela virou meu superpoder
Antes de tudo, deixa eu explicar de um jeito simples: gestão emocional é saber lidar com suas emoções sem deixar que elas dominem suas decisões.
Não é sobre ser frio. É sobre não deixar a raiva fazer você mandar um cliente embora ou o medo fazer você desistir do lançamento de um produto.
Eu descobri isso na marra, depois de quase quebrar o meu negócio por conta de uma sequência de decisões impulsivas que tomei quando estava sob pressão.
O dia em que eu quase desisti
Era uma terça-feira de manhã.
Eu tinha acabado de receber mais uma cobrança bancária. O cliente que tinha prometido fechar contrato simplesmente sumiu. E meu sócio, que já estava insatisfeito fazia tempo, veio dizer que queria sair da sociedade.
Naquele dia, eu fiquei no carro por quase uma hora, parado, olhando o nada.
E pela primeira vez pensei:
“Talvez eu não tenha nascido pra isso.”
Mas foi naquele fundo do poço que eu me dei conta:
Ou eu aprendia a lidar com tudo aquilo, ou o sonho morria ali.
Dica 1: Aprenda a nomear suas emoções
Pode parecer papo de terapeuta, mas isso mudou minha vida.
Eu costumava dizer “estou mal”, “estou irritado”, mas não conseguia identificar o que realmente estava sentindo.
Era frustração? Ansiedade? Medo? Raiva?
Quando a gente nomeia a emoção, a gente tira o poder dela sobre nós.
Hoje, quando eu percebo que algo está me incomodando, eu paro por 5 minutos, respiro fundo e pergunto:
“O que eu realmente estou sentindo agora?”
Isso me dá mais clareza e me impede de agir por impulso.
Dica 2: Crie rotinas de autocuidado (mesmo que você ache isso frescura)
Sim, eu também achava que autocuidado era coisa de influencer de lifestyle.
Mas quando comecei a cuidar do meu sono, da minha alimentação e da minha saúde mental, percebi que minha performance como empreendedor melhorou 10x.
Não adianta ter a melhor ideia do mundo se você está exausto, mal-humorado e mentalmente esgotado.
Algumas coisas que me ajudaram:
- Dormir 7 a 8 horas por noite (sem celular na cama)
- Fazer caminhada 3x por semana (sem música, só com meus pensamentos)
- Ter um “dia offline” por mês, só para descansar
- Terapia. Sim, homem também faz terapia, e isso é coisa de gente forte.
Dica 3: Não tente ser um super-herói (você vai falhar)
Eu achava que precisava resolver tudo sozinho.
Delegar? Nem pensar.
Pedir ajuda? Nunca.
Resultado?
Eu vivia estressado, com gastrite, e meu negócio não saía do lugar porque eu era o gargalo.
Foi aí que entendi: delegar é um ato de inteligência, não de fraqueza.
Comecei a confiar mais na minha equipe, contratei um assistente virtual para tarefas operacionais e passei a conversar mais com outros empreendedores.
Sabe o que aconteceu?
Me senti menos sozinho.
E isso, por si só, já tirou um peso enorme das minhas costas.
Dica 4: Desenvolva inteligência emocional (é mais importante que o QI)
Segundo um estudo da TalentSmart, 90% dos profissionais de alta performance têm alta inteligência emocional.
E isso me fez refletir:
“Será que o que estava me impedindo de crescer era meu temperamento e não minha ideia de negócio?”
Então comecei a estudar sobre isso.
Assisti vídeos, li livros como Inteligência Emocional do Daniel Goleman e até fiz cursos online gratuitos.
Aprendi a:
- Escutar mais e reagir menos
- Controlar meu tom de voz em momentos de tensão
- Ter empatia com clientes e parceiros, mesmo quando eu não concordava com eles
Acredite, isso muda o jogo.
Dica 5: Tenha um “plano emocional” para tempos de crise
A gente tem plano de marketing, plano financeiro, plano de vendas…
Mas e o plano emocional?
Hoje, quando vejo que estou entrando em modo “caos”, eu tenho um passo a passo:
- Pausar tudo por 10 minutos – respiro, saio de perto da tela, tomo água.
- Escrever num papel o que está acontecendo e o que estou sentindo.
- Conversar com alguém de confiança – pode ser um amigo, um mentor ou até um terapeuta.
- Avaliar se o que estou sentindo é momentâneo ou se é um sinal de alerta maior.
Esse protocolo simples já me salvou de muitos erros que poderiam ter custado caro.
Ser empreendedor é ser humano — e tá tudo bem
Se tem uma coisa que aprendi ao longo desses anos empreendendo, é que não existe sucesso sem equilíbrio emocional.
Você pode até crescer rápido, mas se não tiver gestão emocional, a queda vem ainda mais rápido.
Por isso, se você está nesse momento difícil, cansado, achando que ninguém te entende…
Saiba que você não está sozinho.
E mais importante: você não precisa ser forte o tempo todo.
Mas precisa ser honesto consigo mesmo.
Identificar suas emoções, cuidar de si e aprender a pedir ajuda não é sinal de fraqueza.
É sinal de inteligência e maturidade.
Então, respira fundo e segue firme.
O sucesso pode até demorar, mas ele vem pra quem se mantém de pé mesmo nas tempestades.

