
Se você está pensando em abrir um negócio, deixa eu te contar uma verdade que ninguém me disse lá no início: Como está a saude das suas Finanças e Investimentos? Esse foi o erro silencioso que quase me tirou do jogo.
Empreender com as finanças pessoais desorganizadas é como construir um prédio sobre areia fofa. Mais cedo ou mais tarde, tudo desmorona.
E não, não estou exagerando.
Eu sou o tipo de cara que começou do zero — sem herança, sem investidor, sem atalhos. Hoje, lidero um grupo com mais de cinco empresas que, somadas, faturam acima de 2 bilhões por ano. Mas nada disso teria acontecido se eu não tivesse aprendido, da pior forma possível, uma lição que mudou completamente minha trajetória: não existe empresa saudável sustentada por uma vida financeira pessoal doente.
Quero te mostrar, com base em erros reais que cometi e ajustes práticos que apliquei, como organizar suas finanças pessoais antes de abrir sua empresa — e por que isso pode ser a diferença entre construir um império ou enterrar um sonho.
O problema não é a ideia. É o bolso vazio.
Você já viu alguém super talentoso, cheio de ideias incríveis, mas que nunca conseguiu tirar o projeto do papel? Provavelmente, o motivo não foi falta de criatividade. Foi falta de estrutura financeira.
E eu entendo isso perfeitamente. No começo, eu achava que, se eu tivesse uma boa ideia e trabalhasse duro, o resto se resolveria com o tempo. Sabe o que aconteceu? Entrei no negócio sem reserva, misturei dinheiro da empresa com contas pessoais, e em menos de seis meses, estava endividado, frustrado e pensando em desistir.
Você pode ter o melhor produto do mundo. Mas se não tiver controle sobre seu dinheiro, o caos chega. E chega rápido.
Antes de empreender, você precisa organizar a sua casa
Você quer empreender com segurança? Então comece onde quase ninguém começa: nas suas finanças pessoais. Aqui vão os passos que eu mesmo segui (depois de quebrar) e que hoje ensino para quem trabalha comigo:
1. Faça as pazes com seus números
Pode parecer simples, mas a maioria das pessoas não sabe exatamente quanto ganha, quanto gasta e para onde o dinheiro vai.
Pega uma folha ou abre uma planilha agora e responde sinceramente:
- Qual é o seu custo de vida mensal?
- Quanto você ganha de verdade (descontando parcelinhas e “extras”)?
- Qual é o seu nível de endividamento?
- Você tem uma reserva de emergência? Quanto?
Essas respostas vão mostrar o seu ponto de partida. Não existe estratégia que funcione sem clareza.
2. Crie sua reserva de emergência: isso não é luxo, é sobrevivência
Se você vai empreender, precisa de uma reserva. Ponto.
Empreender é instável, especialmente no início. Ter uma reserva equivalente a pelo menos 6 meses do seu custo de vida (idealmente 12) vai te dar liberdade para respirar, tomar decisões melhores e não aceitar qualquer proposta só por desespero financeiro.
Ah, e importante: essa reserva deve ficar em um investimento de alta liquidez e baixo risco. Tesouro Selic, por exemplo. Nada de colocar esse dinheiro em ações, cripto ou emprestar pro primo abrir o lava-rápido dele.
3. Separe o que é seu do que será da empresa
Esse erro me custou caro.
No começo, é tentador misturar tudo: usa o cartão pessoal pra comprar insumos, paga as contas da casa com o que sobrou da venda, e por aí vai. Só que isso destrói sua visão de negócio e vira uma bagunça impossível de controlar.
Mesmo antes de abrir o CNPJ, tenha duas contas separadas:
- Uma pessoal (pra salário, despesas da casa, lazer, etc.)
- Uma “projeto” (pra centralizar os custos e investimentos do novo negócio)
Isso ajuda a visualizar o quanto você está realmente colocando no negócio — e evita que você torra o caixa da futura empresa com a conta de luz da sua casa.
4. Reduza seu custo de vida para ter mais margem de manobra
Essa parte dói, mas é libertadora.
Eu vendi meu carro antes de abrir meu segundo negócio. Morava de aluguel em um lugar menor. Cortei supérfluos, repensei estilo de vida e canalizei tudo que pude pro que mais importava: criar uma estrutura que sustentasse meu crescimento.
Você não precisa viver mal. Mas precisa viver estrategicamente. Cada real poupado vira fôlego para o seu sonho. E isso, acredite, vale mais que qualquer conforto momentâneo.
5. Invista em conhecimento antes de investir em produto
Não se empolgue em sair gastando com logo, site, estoque e anúncios antes de ter o mínimo de inteligência financeira.
Leia livros, ouça podcasts, faça mentorias. Aprenda sobre planejamento, fluxo de caixa, precificação, margem de lucro, capital de giro. Você não precisa virar um contador, mas precisa entender o suficiente pra não ser enganado — e pra tomar decisões melhores.
Conhecimento é o único investimento que ninguém tira de você. E ele gera retorno exponencial.
A segurança financeira é o terreno. O negócio é a construção.
Você não constrói uma casa começando pelo telhado, certo?
Empreender é maravilhoso. Liberta, transforma, inspira. Mas não se engane: sem estrutura financeira pessoal, você vai entrar num ciclo de sufoco que consome sua energia, sua saúde e a sua criatividade.
Hoje, com mais de 2 bilhões por ano em faturamento, ainda aplico os mesmos princípios que aprendi no início: disciplina, clareza e respeito pelo dinheiro.
E se eu pudesse voltar no tempo e dar um conselho ao “eu” de 10 anos atrás, seria esse:
“Organize sua vida antes de tentar organizar uma empresa.”
Você está plantando o que vai colher. Escolha bem as sementes.
Empreender exige coragem. Mas exige também sabedoria.
Se você chegou até aqui, já deu o primeiro passo. Agora é hora de olhar para dentro — para suas contas, seus hábitos, suas escolhas — e preparar o terreno para o que você quer construir.
Seu negócio merece nascer num solo fértil. E esse solo começa com suas Finanças e Investimentos pessoais em ordem.
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Nos vemos no topo.

